Os peptídeos opióides derivados de alimentos incluem produtos digestivos derivados de dietas de cereais e laticínios. Se esses peptídeos opioides violarem a barreira intestinal, normalmente ligada à permeabilidade e biossíntese restrita de dipeptidil peptidase-4 (DPP4), eles podem se ligar aos receptores opioides. A presença generalizada de receptores opioides abrangendo intestino, cérebro e órgãos internos é fundamental para os efeitos diversos e sistêmicos dos opioides derivados de alimentos, com efeitos evidentes em muitas condições de saúde. No entanto, atrasos na manifestação após exposição de baixa intensidade a longo prazo criam grandes desafios para os ensaios clínicos. Assim, tem sido mais fácil demonstrar relações causais em pesquisas baseadas na digestão, onde alguns impactos ocorrem rapidamente. Nesse ambiente, o papel do microbioma é evidente, mas difícil de elucidar melhor, com efeitos do microbioma variando entre indicadores e moduladores da condição intestinal e, potencialmente, como fatores causais sistêmicos. A elucidação requer uma estrutura sistêmica que reconheça que os efeitos na saúde pública dos opioides derivados de alimentos são complexos, com suscetibilidade genética variável e fatores de confusão, juntamente com interações e feedbacks em todo o sistema. O papel específico do microbioma dentro desse quebra-cabeça continua sendo uma fronteira médica. A estratégia nutricional mais fácil, embora desafiadora, para modificar o risco é a redução da ingestão de alimentos contendo opioides incorporados.
A gluteomorfina, também conhecida como gliadorfina, é um peptídeo opióide formado a partir de gliadina não digerida a partir da proteína do glúten. No cérebro, as gluteomorfinas podem interferir diretamente nas mensagens neuronais, ligando-se aos receptores opióides, inibindo assim a ligação natural dos neurotransmissores aos seus receptores.
Além disso, os linfócitos carregam os mesmos receptores em suas próprias superfícies; portanto, as gluteomorfinas podem interferir indiretamente nos receptores opioides por meio da secreção de citocinas nos linfócitos e causar a entrega de mensagens erradas ao cérebro.
Se forem produzidos anticorpos contra a gluteomorfina, esses anticorpos agem como opioides naturais, nos linfócitos e nas células nervosas, causando anormalidades neuroimunes. Assim, as gluteomorfinas podem perturbar a comunicação neuroimune por meio de neurotransmissores e citocinas.
Esses anticorpos de gluteomorfina aparecem
- no autismo
- na Doença celíaca
- na Sensibilidade ao glúten não celíaca
As gliadorfinas (também conhecidas como gluteomorfinas) são peptídeos bioativos liberados durante a digestão incompleta do glúten, uma proteína presente em cereais como trigo, centeio e cevada. Assim como as casomorfinas (derivadas da caseína), as gliadorfinas têm uma estrutura semelhante à dos opioides, podendo interagir com os receptores opioides no cérebro.
Essa interação pode afetar o sistema nervoso central, influenciando o comportamento, o humor e até mesmo funções cognitivas. Por isso, as gliadorfinas têm sido amplamente estudadas, especialmente em relação a condições como o Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) e o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH).
Por que as Gliadorfinas podem ser prejudiciais?
Em algumas pessoas, especialmente aquelas com problemas gastrointestinais ou condições como TEA, a digestão do glúten pode ser ineficiente. Isso permite que as gliadorfinas passem pela barreira intestinal (em casos de intestino permeável) e entrem na corrente sanguínea, alcançando o cérebro.
Os efeitos potenciais incluem:
- Alterações no comportamento;
- Irritabilidade;
- Dificuldades de concentração;
- Problemas de sono;
- Redução da interação social.
Esses efeitos ocorrem porque as gliadorfinas podem interferir na comunicação entre os neurônios, alterando o equilíbrio químico do cérebro.
Gliadorfinas e TEA/TDAH
Pesquisas sugerem que crianças com TEA ou TDAH podem ser mais sensíveis às gliadorfinas. Isso se deve a uma combinação de fatores, como:
- Problemas gastrointestinais: Crianças com TEA frequentemente apresentam desequilíbrios na flora intestinal e permeabilidade intestinal aumentada, o que facilita a absorção de gliadorfinas.
- Sensibilidade ao glúten: Mesmo sem diagnóstico de doença celíaca, algumas crianças podem apresentar reações adversas ao glúten, incluindo sintomas neurológicos e comportamentais.
Por esses motivos, a dieta sem glúten tem sido amplamente adotada como uma intervenção alimentar para minimizar os impactos das gliadorfinas.
Alimentos que podem liberar Gliadorfinas
Os alimentos que contêm glúten e, portanto, podem liberar gliadorfinas durante a digestão incluem:
- Trigo e seus derivados (pães, massas, bolos, biscoitos);
- Cevada (cerveja, malte);
- Centeio;
- Aveia (em alguns casos, devido à contaminação cruzada com glúten).
Como reduzir os efeitos das Gliadorfinas?
- Adoção de uma dieta sem glúten: Eliminar alimentos que contenham glúten pode ajudar a reduzir a liberação de gliadorfinas no organismo.
- Melhora da saúde intestinal: Investir na saúde do sistema digestivo pode diminuir a permeabilidade intestinal e limitar a absorção de gliadorfinas.
- Acompanhamento profissional: Consultar um nutricionista ou médico especializado para garantir que a dieta seja equilibrada e adequada às necessidades nutricionais da criança.
Conclusão
As gliadorfinas são um exemplo de como a digestão incompleta de proteínas pode impactar o comportamento e a saúde de crianças com TEA e TDAH. Embora os estudos ainda estejam em andamento, muitas famílias relatam melhorias significativas ao adotar uma dieta sem glúten.
Se você acredita que seu filho pode ser sensível às gliadorfinas, é importante buscar orientação de um profissional de saúde para implementar mudanças alimentares de forma segura e eficaz.
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