Jejum, benefícios para o corpo e espiritualidade cristã

Jejum, benefícios para o corpo e espiritualidade cristã

Durante o jejum, nosso corpo muda gradativamente de uma predominância do metabolismo de carboidratos para uma predominância do metabolismo de lipídios. Logo após as refeições, os níveis de glicose e insulina
estão elevados. A insulina estimula a captação de glicose e sua oxidação no músculo esquelético. Os demais tecidos também utilizam glicose como fonte de energia, mas o músculo esquelético é o principal local de captação, oxidação e armazenamento de glicose (glicogênio muscular) no período pós-prandial. Além
de estimular a oxidação e o armazenamento de glicose, a insulina estimula a síntese de proteínas, mas inibe a degradação de proteínas, a lipólise e a oxidação de ácidos graxos (queima de gordura). Ou seja, quando os níveis de insulina estão elevados, nosso organismo prioriza a oxidação de carboidratos e inibe a oxidação de gorduras.

Algumas horas após a refeição, os níveis de glicose e insulina estão reduzidos, e os níveis de glucagon estão aumentados. O glucagon estimula a glicogenólise hepática e a gliconeogênese, além de estimular a lipólise no tecido adiposo. A manutenção da glicemia no período pós-prandial é importante porque o cérebro e as hemácias são dependentes de glicose. Depois de algumas horas de jejum, outros hormônios antagônicos da insulina (cortisol, adrenalina e GH) se elevam e estimulam a lipólise, liberando os ácidos graxos do tecido adiposo
para serem utilizados pelos demais tecidos e órgãos do organismo. Durante o jejum, os ácidos graxos passam a ser o substrato energético predominate para a maioria dos tecidos, principalmente o músculo esquelético.

Como o cérebro e as hemácias são dependentes de glicose, o cortisol desempenha um papel muito importante nas primeiras horas de jejum. O cortisol estimula degradação de proteínas no músculo esquelético, liberando
aminoácidos (alanina, glutamina) para serem convertidos em glicose no fígado e nos rins (gliconeogênese). A gliconeogênese ganha muita importância conforme os níveis de glicogênio hepático ficam reduzidos.

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No entanto, um aumento da gliconeogênese intensifica o catabolismo de proteínas. Para contrabalançar os efeitos do cortisol durante o jejum, ocorre aumento dos níveis de GH. O GH, assim como o cortisol, também estimula a lipólise e a gliconeogênese; mas no tecido muscular o GH atua reduzindo a degradação de
proteínas. O efeito do GH na redução do catabolismo proteico parece estar relacionado a um aumento da lipólise e da oxidação de ácidos graxos. Ao usar mais ácidos graxos como fonte de energia, o músculo diminui a oxidação de aminoácidos.

Os estudos mostram que o Jejum é capaz de promover uma “reciclagem” no nosso corpo. Valter Longo, um cientista reconhecido pelos seus estudos em jejum, até que jejuns um pouquinho mais prolongados que o normal são capazes de produzir um novo sistema imunológico a partir de células tronco!
Assim, o próprio corpo limpa células danificadas, através do que a gente chama de “autofagia”.
Em resumo, o jejum é capaz de restaurar nossa saúde! Já percebeu como a gente perde o apetite quando tá doente? Isso é o nosso corpo dizendo: “Ei, dá um tempo… deixa eu ficar quieto me regenerando!” Isso acontece com os bichos também… já viu um cãozinho quando tá doente? Ele costuma se isolar e ignorar a ração.

Estamos acostumados a sentir fome quando consumimos LIXO ULTRAPROCESSADOS (SNACKS, AÇÚCAR, REFRIGERANTE, SUCOS DE CAIXINHA, LEITE, GLÚTEN) A gente já sabe que o que sacia a fome NÃO são os pãezinhos, os bolos, biscoitos e seus companheiros.

No fundo, a gente sabe que tem algo muito errado com a SAÚDE DA NOSSA sociedade. Só, no Brasil, temos mais de 110 milhões de pessoas com sobrepeso – segundo pesquisa recente do Ministério da Saúde.

Alguns dos benefícios do JEJUM INTERMITENTE:

  1. O abdômen fica mais definido. A cintura fica mais fina.
  2. Elimina os gases.
  3. A qualidade das fezes melhoram. A frequência de ida ao banheiro fica ajustada também.
  4. A energia e disposição física dá uma boa melhorada. Terminando um dia de muito trabalho com bastante energia.
  5. A cognição melhora, clareza mental. A memória FICA melhor a cada dia que passa.
  6. O humor melhora muito.
  7. O sono fica muito melhor do que era antes de começar a fazer jejum.
  8. A pele, principalmente do rosto, fica mais viçosa, mais hidratada

Se jejum é ausência de comida, é fácil perceber que a gente jejua mais do que come ao longo de um dia comum.
Eu sei, tem gente que não, mas a maioria, sim! Ou seja, o jejum faz parte do dia a dia de todo mundo. Ele é uma das formas mais antigas de se controlar o peso e até mesmo, de se aproximar de Deus.

Segundo o Dr.Dayan, exsitem inverdades em que você NÃO deve acreditar:

  • Perder uma refeição é algo grave e vai te deixar fraca!
  • Você tem que tomar um café da manhã de rei!
  • Você deve comer de 3 em 3 horas para não sentir muita fome!
  • Você deve ceiar para dormir

Essas afirmações estão estampadas em todos os lugares e a população vai seguindo, vai comprando essas ideias como se fossem verdades absolutas escrita na pedra. Mas nada disso é verdade. Chega de ser enganado, isso é LOBBY da indústria de ultraprocessados + bigfarma

O QUE ACONTECE QUANDO COMEMOS?
Quando comemos, a gente adquire mais energia do que a gente precisa, e aí, o corpo passa a armazenar essa energia. Para armazenar e utilizar essa energia da maneira ideal, um hormônio chamado “insulina” entra em ação.
Então, em cada refeição, ela aumenta para manter suas funções.

Tanto o carboidrato quanto a proteína estimulam o aumento da quantidade de insulina no organismo. Sendo que o carboidrato dá uma goleada na proteína nesse quesito. A gordura também produz esse efeito, mas muito pouquinho quando se compara com o carboidrato.

A insulina tem duas funções:
1ª Função
Ela permite que o corpo comece a utilizar imediatamente a energia que a gente ingere através do alimento. Os carboidratos, por exemplo, são absorvidos rapidamente e transformados em glicose pelo nosso metabolismo, e isso faz com que aumente os níveis de açúcar circulando no sangue. A insulina é responsável por fazer com que a glicose entre nas células para ser transformada em energia. Ou seja, a insulina fica na portinha da célula chamando a glicose pra entrar.

Já a proteína é absorvida, passa pelo processo de “decomposição” e se transforma em aminoácidos. A proteína também eleva o nível de insulina, mas de uma forma diferente dos carboidratos.
A gordura, por sua vez, tem um efeito praticamente nulo na insulina. Muitos autores até ignoram esse efeito.

2ª função
Ela armazena a energia extra que não é gasta imediatamente. Só que olha o que acontece com esse excesso:
As moléculas de glicose que “sobraram” dão as mãozinhas e se ligam em cadeias chamadas glicogênio e, então, são armazenadas no fígado.
Mas tem um perigo aí! Existe um limite para a quantidade de glicogênio que pode ser armazenado no fígado. Quando a gente come tanta porcaria que extrapola esse limite, o corpo começa a transformar a glicose em gordura.

Transformar glicose em gordura?


Pois é, nosso corpo é uma máquina tão incrível que ele consegue converter glicose em gordura e vice-versa! É tipo um carro flex. Essa gordura que foi criada a partir da glicose pelo nosso corpo é armazenada no fígado e ao longo de depósitos no nosso corpo. Antes que você pense que esse é um mecanismo maligno pra te fazer acumular gordura no bucho, nas coxas, na papada e nos braços para ficar feia de biquíni na praia, ele é fundamental pra nossa sobrevivência como espécie!


Mas aí eu te dou uma notícia ruim sobre isso: a capacidade de acumular gordura do ser humano é quase que ilimitada! É por isso que vemos pessoas que ultrapassam os 200 kgs naqueles programas de TV.

Em uma frase: quanto mais você estimula a insulina, mais gordura corporal você acumula.

E o que mais estimula insulina? Carboidratos

O QUE ACONTECE QUANDO A GENTE FAZ JEJUM?


Pensa em tudo explicado acima, só que ao contrário.
O raciocínio é: aumentou insulina? Estoca gordura no bucho!
Agora pensa no contrário: diminuiu insulina? Queima gordura do bucho

Fonte: DR. DAYAN SIEBRA, Guia-Definitivo-Do-Jejum-Intermitente

O jejum intermitente (FI) é um novo tipo de intervenção dietética. Durante o período de jejum, o jejum intermitente exige que os sujeitos não consumam nenhum alimento que contenha calorias, e “intermitente” destaca as características de um tempo de jejum alternado. O jejum intermitente pode incluir jejum em dias alternados, alimentação com restrição de tempo, jejum de dia inteiro e métodos de jejum modificados. O jejum em dias alternados (ADF) significa que o dia de jejum e o dia de alimentação se alternam a cada dia. A ingestão calórica no dia de jejum é de 25% da ingestão calórica diária (aproximadamente 2090 kJ), e os indivíduos podem comer livremente no dia da alimentação. A alimentação com restrição de tempo significa que os indivíduos precisam jejuar pelo tempo especificado dentro de cada dia e depois comer livremente durante o resto do tempo. Os tempos de jejum e alimentação em cada dia podem ser razoavelmente alocados de acordo com as preferências pessoais ou hábitos de vida. Os métodos comuns de alocação de tempo são 16/8 (jejum de 16 horas, alimentação livre de 8 horas), 18/6 (jejum de 18 horas, alimentação livre de 6 horas) e 20/4 (jejum de 20 horas, alimentação livre de 4 horas). O método de jejum modificado refere-se aos dias de jejum prescritos a cada semana; a ingestão de calorias no dia designado é de apenas aproximadamente 1672 ~ 2508 kJ, e a alimentação livre ocorre durante o resto da semana, com planos como 5: 2 (2 dias de ingestão calórica limitada) e 4: 3 (3 dias de ingestão calórica limitada). O jejum do Ramadã é um tipo especial de alimentação com restrição de tempo; durante o Ramadã, as pessoas não podem comer, beber, fumar ou tomar medicamentos durante o dia, mas podem comer ou beber do pôr do sol até o amanhecer. Em comparação com a dieta mediterrânea ou restrição calórica contínua (RC), o jejum intermitente não restringe a ingestão de calorias durante o período ad libitum, por isso tem melhor adesão e tolerância.

Microbiota gastrointestinal (intestinal)

Muitas funções do trato gastrointestinal exibem ritmos circadianos ou sono-vigília robustos. Por exemplo, o esvaziamento gástrico e o fluxo sanguíneo são maiores durante o dia do que à noite e as respostas metabólicas a uma carga de glicose são mais lentas à noite do que pela manhã. Portanto, é plausível que um perfil circadiano cronicamente perturbado possa afetar a função gastrointestinal e prejudicar o metabolismo e a saúde.

O jejum intermitente pode influenciar diretamente a microbiota intestinal, que é a complexa, diversificada e vasta comunidade microbiana que reside no trato intestinal. Estudos sugerem que mudanças na composição e função metabólica da microbiota intestinal em indivíduos obesos podem permitir que uma “microbiota obesa” colha mais energia da dieta do que uma “microbiota magra” e, assim, influencie a absorção, o gasto e o armazenamento líquidos de energia. Além disso, as alterações relacionadas à obesidade na microbiota intestinal podem alterar a permeabilidade intestinal e a translocação bacteriana para promover a inflamação sistêmica uma marca registrada da obesidade e das doenças relacionadas à obesidade. 

Numerosos estudos observacionais relataram que a alimentação noturna está associada à redução da duração do sono e à má qualidade do sono, o que pode levar à resistência à insulina e ao aumento do risco de obesidade, diabetes, doenças cardiovasculares e câncer. Especificamente, acredita-se que comer refeições em horários circadianos anormais (ou seja, tarde da noite) leve à dessincronização circadiana69 e subsequente interrupção dos padrões normais de sono. Até onde sabemos, nenhum estudo examinou diretamente as associações entre jejum intermitente e sono em adultos de vida livre.

É bem sabido que, em humanos, mesmo um único intervalo de jejum (por exemplo, durante a noite) pode reduzir as concentrações basais de biomarcadores metabólicos associados a doenças crônicas, como insulina e glicose. Por exemplo, os pacientes são obrigados a jejuar por 8 a 12 horas antes da coleta de sangue para atingir níveis de jejum em estado estacionário para muitos substratos metabólicos. Portanto, a importante questão clínica e científica é se a adoção de um regime regular de jejum intermitente é uma estratégia viável e sustentável de base populacional para promover a saúde metabólica. Além disso, pesquisas são necessárias para testar se esses regimes podem complementar ou substituir a restrição energética e, em caso afirmativo, se eles suportam o controle de peso a longo prazo. Abaixo, resumimos brevemente as principais conclusões que podem ser tiradas com base nas evidências atuais.

Estudos em roedores e outros mamíferos noturnos apóiam a hipótese de que o jejum intermitente e a restrição da disponibilidade de ração ao ciclo normal de alimentação noturna melhoram os perfis metabólicos e reduzem o risco de obesidade, condições relacionadas à obesidade, como doença hepática gordurosa não alcoólica e doenças crônicas, como diabetes e câncer.

Em adultos saudáveis, com peso normal, com sobrepeso ou obesos, há poucas evidências de que os regimes de jejum intermitente sejam prejudiciais física ou mentalmente (ou seja, em termos de humor).

Parece que quase qualquer regime de jejum intermitente pode resultar em alguma perda de peso. Entre os 13 ensaios de intervenção incluídos nesta revisão, 11 (84,6%) relataram perda de peso estatisticamente significativa variando de 1,3% em um estudo cruzado com uma intervenção de 2 semanas23 a 8,0% em um estudo de 1 braço com duração de 8 semanas. 13

Com base em apenas 3 estudos, o jejum em dias alternados parece resultar em perda de peso, bem como reduções nas concentrações de glicose e insulina. No entanto, esse padrão pode não ser prático por causa da fome intensa nos dias de jejum.

Regimes de jejum em dias alternados modificados resultam em peso reduzido, variando de 3,2% em comparação com um grupo controle16 durante um período de 12 semanas a 8,0% em um estudo de um braço durante um período de 8 semanas. 13 Houve evidências limitadas e mistas de reduções nas concentrações de insulina, melhorias nos lipídios ou reduções nos fatores inflamatórios.

A pesquisa até o momento não demonstrou que os regimes de jejum em dias alternados produzem perda de peso superior em comparação com os planos padrão de perda de peso de restrição calórica contínua.

Existem dados limitados de estudos em humanos para apoiar os dados robustos de roedores sobre os impactos positivos da alimentação com restrição de tempo (ou seja, padrões alimentares alinhados com os ritmos circadianos normais) no peso ou na saúde metabólica.

Existem dados observacionais consideráveis sobre várias formas de jejum religioso, a maioria dos quais sugere que esses regimes resultam em perda de peso transitória com impactos mistos em outros biomarcadores.

Faltam dados sobre os impactos do jejum intermitente em outros comportamentos de saúde, como dieta, sono e atividade física.

Existem poucos ou nenhum dado publicado ligando regimes de jejum intermitente a resultados clínicos, como diabetes, doenças cardiovasculares, câncer ou outras doenças crônicas, como Alzheimer.

A doença cardiovascular (DCV) é a principal causa de morte em todo o mundo. As mudanças no estilo de vida estão na vanguarda da prevenção da doença. Isso inclui conselhos como aumentar a atividade física e ter uma dieta saudável e balanceada para reduzir os fatores de risco. O jejum intermitente (IF) é um plano alimentar popular que envolve a restrição da ingestão calórica a determinados dias da semana, como jejum em dias alternados e jejum periódico, e a restrição da ingestão a um número de horas em um determinado dia, também conhecido como alimentação com restrição de tempo. O jejum intermitente está sendo pesquisado por seus benefícios e muitos ensaios clínicos randomizados analisaram seus benefícios na prevenção de DCV.

Há evidências, obtidas tanto com sistemas de modelos animais quanto com humanos, de que o jejum intermitente traz benefícios à saúde. Esses benefícios incluem longevidade prolongada, perda de peso e neutralização de várias doenças. Tais procedimentos influenciam positivamente os benefícios dos microbiomas específicos do tecido humano e minimizam as consequências da apoptose organelar. Mensagens-chave: Nesta revisão, tentamos resumir as evidências predominantes, publicadas na literatura científica, relevantes para as conclusões de que, em geral, e em muitos casos específicos, o jejum intermitente tem benefícios a longo prazo para os animais, incluindo humanos, no que diz respeito à saúde e longevidade geral e específica do organismo.

Prós: Benefícios do jejum intermitente

Uma grande coisa que o jejum intermitente tem a seu favor: “É muito fácil de fazer”, observa Hyer. Você não precisa rastrear suas refeições ou contar calorias. É algo que você pode encaixar facilmente em sua vida.”

Além disso, as evidências mostram que o jejum pode ser bom para você. Os cientistas fizeram muitas pesquisas sobre o jejum em animais e algumas em pessoas. Esses estudos mostram uma série de benefícios potenciais, tanto para a saúde do coração quanto para a saúde geral. Os benefícios incluem:

  • Perda de peso
  • Colesterol mais baixo
  • Pressão arterial mais baixa
  • Melhoria do açúcar no sangue
  • Menos inflamação
  • Melhor saúde do cérebro
  • Menos doenças relacionadas à idade

O jejum pode não ser uma boa ideia para certos grupos ou pessoas com alguns problemas de saúde. Hyer recomenda não jejuar (ou conversar com um médico primeiro) se você:

Tem mais de 65 anos
Ainda estão crescendo (crianças, adolescentes e jovens adultos que não terminaram de se desenvolver)
Tem diabetes
Tem doença cardíaca, renal ou hepática
Tem histórico de transtorno alimentar ou transtorno alimentar
Estão grávidas ou amamentando
Tem pressão arterial baixa
Tome medicamentos como anticoagulantes, diuréticos, medicamentos para pressão arterial ou medicamentos que afetam o açúcar no sangue

Centenas de estudos em animais e dezenas de ensaios clínicos em humanos mostraram que o jejum intermitente pode levar a melhorias nas condições de saúde, como obesidade, diabetes, doenças cardiovasculares, câncer e distúrbios neurológicos. A evidência é menos clara para os efeitos ao longo da vida. Estudos em animais mostraram resultados mistos, com sexo, composição alimentar, idade e genética entre os fatores que influenciam a longevidade. Os ensaios em humanos envolveram principalmente intervenções de relativamente curto prazo e, portanto, não forneceram evidências de efeitos de longo prazo na saúde, incluindo efeitos na expectativa de vida.

Os autores da revisão são Rafael de Cabo, Ph.D., do Programa de Pesquisa Intramural (IRP) do NIA, e Mark P. Mattson, Ph.D., ex-IRP do NIA e atualmente neurocientista da Escola de Medicina da Universidade Johns Hopkins.

Embora o jejum intermitente geralmente resulte em redução do consumo de calorias, a perda de peso não é o principal fator dos benefícios para a saúde observados em estudos pré-clínicos e clínicos, de acordo com os autores. Em vez disso, o mecanismo-chave é a troca metabólica, na qual o jejum faz com que o corpo mude sua fonte de energia da glicose armazenada no fígado para as cetonas, que são armazenadas na gordura.

“Os corpos cetônicos não são apenas combustível usado durante os períodos de jejum”, escreveram os autores. “Eles são moléculas de sinalização potentes com grandes efeitos nas funções celulares e orgânicas.”

A cetogênese, ou o aumento de cetonas na corrente sanguínea, inicia a atividade em uma variedade de vias de sinalização celular conhecidas por influenciar a saúde e o envelhecimento. Essa atividade aumenta as defesas do corpo contra o estresse oxidativo e metabólico e inicia a remoção ou reparo de moléculas danificadas. O impacto da cetogênese é transferido para o período sem jejum e pode melhorar a regulação da glicose, aumentar a resistência ao estresse e suprimir a inflamação.

“A exposição repetida a períodos de jejum resulta em respostas adaptativas duradouras que conferem resistência a desafios subsequentes”, explicam os autores. Os “benefícios de amplo espectro” incluem não apenas resistência a doenças, mas também melhor desempenho mental e físico.

Os autores reconhecem os impedimentos para a adoção generalizada do jejum intermitente: a prática arraigada nos países desenvolvidos de três refeições por dia mais lanches (juntamente com a pronta disponibilidade e comercialização de alimentos), a disciplina necessária para mudar para um novo padrão alimentar e a falta de treinamento médico em intervenções de jejum intermitente. Os autores sugerem que os médicos que prescrevem jejum intermitente incentivam seus pacientes a adotar um cronograma gradual e gradual em consulta com um nutricionista ou nutricionista.

Além da questão dos efeitos a longo prazo do jejum intermitente em humanos, os autores apontam para duas outras áreas que requerem mais pesquisas. Estudos são necessários para determinar se esse padrão alimentar é seguro para pessoas com peso saudável ou que são mais jovens ou mais velhas, uma vez que a maioria das pesquisas clínicas até agora foi realizada em adultos com sobrepeso e meia-idade. Além disso, pesquisas são necessárias para identificar medicamentos seguros e eficazes que imitem os efeitos do jejum intermitente sem a necessidade de mudar substancialmente os hábitos alimentares.

Este artigo de revisão e muitos dos estudos de pesquisa citados foram apoiados pelo NIA.

Referência: De Cabo R e Mattson MP. Efeitos do jejum intermitente na saúde, envelhecimento e doença Jornal de Medicina da Nova Inglaterra. 2019; 381(26):2541-2551. DOI: 10.1056/NEJMra1905136.

  1. As alterações bioquímicas durante o jejum são caracterizadas por uma mudança de glicose para cetona, levando a um aumento de cetonas, vantajosamente usadas para a energia do cérebro, com consequente melhora da cognição.
  2. As cetonas reduzem o apetite e ajudam a manter o jejum eficaz.
  3. A aplicação de padrões de jejum aumenta a expectativa de vida saudável e as defesas contra estresses oxidativos e metabólicos.
  4. As estratégias atuais para o uso do jejum terapêutico são baseadas em diferentes protocolos, geralmente contando com jejum intermitente, de duração e ingestão calórica diferentes.
  5. O jejum de longa duração, com durações entre 5 e 21 dias, pode ser repetido com sucesso ao longo de um ano

Respostas metabólicas e celulares ao jejum

3.1. O interruptor metabólico

O início do jejum é caracterizado pelo interruptor metabólico, que define o interruptor de combustível que ocorre quando um organismo se desloca do modo de alimentação, incluindo geralmente cerca de 50% de carboidratos, para o modo de jejum. De 12 a 16 h após a interrupção da absorção do alimento, os níveis de glicose caem, seguindo-se uma diminuição dos níveis de insulina e, ao mesmo tempo, dos níveis de aminoácidos circulantes. O início da mudança metabólica depende do conteúdo de glicogênio hepático no início do jejum, bem como da composição da refeição anterior, gasto energético e atividade física. Os lipídios nos adipócitos (triacilglicerol e diacilglicerol) são metabolizados em ácidos graxos livres (AGL) cujos níveis aumentam no sangue em jejum, para serem parcialmente oxidados na maioria dos tecidos, como músculos, rins, coração e parcialmente transformados no fígado em cetonas (β-hidroxibutirato, acetoacetato e acetona) . As cetonas não são apenas combustíveis, pois também têm efeitos de sinalização e regulam a expressão e a atividade de fatores de transcrição como o receptor ativado por proliferador de peroxissomo γ o coativador 1α (PGC-1α), sirtuínas (SIRTs), poliadenosina difosfato [ADP]-ribose polimerase 1 (PARP1) e ADP ribosil ciclase, bem como o fator de crescimento de fibroblastos 21 e nicotinamida adenina dinucleotídeo (NAD). Um aumento do fator neurotrófico derivado do cérebro (BDNF) no sistema nervoso central (SNC) pode melhorar a saúde do cérebro

As cetonas são efetivamente oxidadas pelo cérebro em jejum, mais relutante do que outros tecidos em renunciar à glicose e metabolizar os AGLs. O uso de AGLs e cetonas como fontes de energia reduz a razão de troca respiratória (RER), em comparação com o estado alimentado, indicando uma maior eficiência metabólica da produção de energia durante a perda de peso, levando à cetose. A diminuição da relação ATP / AMP ativará a proteína quinase ativada por AMP (AMPK), bem como criará um estresse oxidativo leve levando à ativação de enzimas antioxidantes e citoprotetoras (ou seja, superóxido dismutase, catalase, peroxidase, sulfiredoxina 1, tiorredoxina redutase 1, heme oxigenase-1, NAD(P)H quinona oxidorredutase 1, glutamato-cisteína ligase, glutationa S-transferases e uridina 5′-difosfo-glucuronosiltransferases). Durante períodos prolongados de jejum, a cetose demonstrou atingir um platô após 4 dias, um efeito que pode durar várias horas ou dias, e diminuir quando o alimento é reintroduzido (Figura 1) [40].

Figura 1. Mudança metabólica de carboidratos para ácidos graxos e cetonas induzida por 10 dias de jejum (ingestão diária de energia de cerca de 250 kcal e programa multidisciplinar). Uma spline de regressão foi ajustada em valores acetoacéticos individuais para mostrar as variações na cetose durante o curso do estudo. T: transição para o modo de jejum; RF: reintrodução progressiva de alimentos.

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A mudança G-to-K é o principal mecanismo que permite poupar proteínas, reduzindo a utilização de proteínas, conforme refletido pelas mudanças no balanço de nitrogênio. É regulado pela inibição da via de sinalização mTOR (alvo mecanicista / mamífero da rapamicina), diminuindo assim a síntese de proteínas e aumentando a autofagia, o que leva à reciclagem de proteínas endógenas. Depender de cetonas para obter energia durante a perda de peso tem a vantagem de promover a retenção de massa magra; o mesmo pode não ocorrer após CR simples. Esta conclusão não foi apoiada nos estudos mais extensos da ADF até o momento. Atualmente, o benefício substancial dos regimes de jejum na retenção de massa magra precisa ser reconsiderado. Embora a adaptação ao jejum de longo prazo possa promover a retenção de massa magra, isso não foi definitivamente demonstrado que ocorra preferencialmente após o FI do que com RC. Deve-se notar que a cetose também pode ser obtida com dietas de baixa energia e/ou ricas em gordura. Dietas cetogênicas normocalóricas estritas com alto teor de gordura são prescritas com sucesso para crianças epilépticas que não respondem a tratamentos medicamentosos.

A mudança de uma dieta rica em carboidratos para uma rica em lipídios foi aplicada com sucesso para redução de peso, embora, com base nas evidências atuais, as dietas com baixo teor de CHO e muito baixo teor de CHO não pareçam ser claramente superiores a outras abordagens dietéticas. As cetonas servem como fonte de energia, sendo metabolizadas em acetil coenzima A (AcCoA) entrando no ciclo do ácido tricarboxílico gerando trifosfato de adenosina (ATP). Eles sustentam a função das células musculares e cerebrais durante o jejum, bem como longos períodos de esforço físico. Além disso, a cetose leva a uma acidose totalmente compensada, que se acredita ser responsável pela ausência característica de fome durante o jejum.. A ausência de fome aumenta a adesão. A glicose no sangue estabiliza no nível normal mais baixo e permanecerá estável durante todo o período de jejum, desde que as reservas de gordura possam alimentar o metabolismo e o pool de proteínas permaneça nos limites fisiológicos.

Concomitantemente, de forma bem orquestrada, um aumento na secreção hormonal de glucagon (estimulação da glicogenólise e gliconeogênese), hormônio do crescimento (implicado na lipólise), cortisol e adrenalina regulam o curso do jejum. Além disso, juntamente com um decréscimo na adipocina leptina e um aumento na adiponectina, o jejum reduz significativamente o fator de crescimento semelhante à insulina (IGF)-1. Somente restrições de 50% ou mais das necessidades energéticas diárias normais podem reduzir os níveis de IGF-1. Baixos níveis de IGF-1 reduzem as vias de sinalização mitogênica intracelular e levam as células de mamíferos a entrar em um estado de não divisão ou baixa divisão e investir recursos energéticos na proteção celular contra vários insultos (resistência ao estresse múltiplo).

Uma vez que durante o jejum muito poucas ou nenhuma proteína ou açúcar exógeno entra no sistema, as vias de sinalização dependentes de nutrientes são desligadas [mTOR e Ras-adenilato ciclase (AC)-proteína quinase A (PKA)], juntamente com a desrepressão de fatores de transcrição, por exemplo, SIRT e forkhead box O1 (FOXO1), levando a muitas características peculiares do modo de jejum. A promoção da resistência ao estresse múltiplo é caracterizada por melhores defesas antioxidantes, aumento do reparo do DNA e diminuição da inflamação . Além disso, a maioria dos fatores de risco cardiovascular (circunferência da cintura, lipídios, pressão arterial e resistência à insulina) é melhorada por CR, IF ou LF .

O modo de jejum será revertido assim que uma dieta mista for reintroduzida, desencadeando a mudança K-para-G: os níveis de glicose e insulina aumentam, as cetonas caem, o mTOR é reativado levando ao aumento da síntese proteica e da biogênese mitocondrial, bem como à diminuição da autofagia. Ocorre regeneração celular em múltiplos sistemas, com aumento de células mesenquimais e progenitoras. Nesta fase de realimentação, ocorrem efeitos específicos concomitantes ao crescimento celular e à plasticidade, levando à remodelação funcional do tecido. e oferecendo uma oportunidade única, na vida adulta, para impulsionar a regeneração celular e tecidual. Em alguns casos, um padrão inadequado de reintrodução de alimentos pode levar à recaída dos sintomas, como visto no caso da prescrição de LF para tratar poliartrite..

3.2. Vias de sinalização moduladas pelo jejum

No modo de jejum, os processos celulares e metabólicos são controlados por uma complexa rede de reguladores transcricionais. Os principais reguladores são SIRTs, fator nuclear eritróide 2 (NRF2), FOXO1, fator nuclear ‘kappa-light-chain-enhancer’ de células β ativadas (NFkB), fator 1 induzível por hipóxia α (HIF-1α), fator de choque térmico (HSF-1). A diminuição da via de sinalização responsiva à proteína mTOR e de seu efetor a jusante, a proteína ribossômica S6 quinase β-1, leva à inibição da síntese global de proteínas e à reciclagem de macromoléculas por estimulação da autofagia. No cérebro, além de aumentar a resistência ao estresse neuronal por meio do reforço da função mitocondrial, há uma melhora nas defesas antioxidantes, reparo do DNA e estimulação da produção de BDNF. O BDNF regula a neurogênese do hipocampo, a morfologia dendrítica e a plasticidade das sinapses e aumenta a produção de novos neurônios a partir de células-tronco neurais . A diminuição dos níveis de glicose em paralelo ao aumento das cetonas durante o jejum está associada a um decréscimo na via Ras-AC-PKA responsiva à glicose, implicada na extensão da vida útil .

Outras consequências cruciais do jejum são a diminuição da sinalização de insulina/IGF-1, levando a uma redução dos processos anabólicos e diminuição da relação ATP/AMP com consequente ativação da AMPK. Esta última etapa desencadeia o reparo e a inibição dos processos anabólicos Outro mecanismo associado à ativação da AMPK induzida pelo jejum é a autofagia das células musculares, um processo que preserva os níveis de glicose no sangue durante a LF. Como prova de conceito, a depleção seletiva do músculo esquelético da AMPK resultou em hipoglicemia e hipercetose, um efeito não devido a um comprometimento na oxidação de ácidos graxos, mas sim a uma redução na autofagia das células musculares, levando à redução dos níveis circulantes de alanina, um aminoácido essencial necessário para a gliconeogênese.

Figura 2. A representação das vias de sinalização modulou o jejum. Os níveis reduzidos de aminoácidos circulantes e de IGF-1 consequentes ao jejum reprimem a atividade do mTOR e seu efetor a jusante, levando a uma inibição da síntese proteica global e promovem a reciclagem de macromoléculas por estimulação da autofagia. Há um aumento na relação AMP-ATP levando à ativação da AMPK. A desacetilação dos fatores de transcrição PGC-1α e FOXO1 impulsionada por SIRT1 fornece um mecanismo pelo qual os genes de oxidação mitocondrial e lipídica podem ser controlados dinamicamente em resposta à demanda de energia. AMPK: proteína quinase ativada por AMP; FOXO1: caixa de garfo O1; IGF: fator de crescimento semelhante à insulina; NAD+: nicotinamida adenina dinucleotídeo; PGC-1α: receptor ativado por proliferador de peroxissomo γ coativador 1α; mTOR: mamífero alvo da rapamicina; SIRT: sirtuína.

Entre os muitos reguladores transcricionais ativados citados acima, os níveis de proteína SIRT1 hepática são aumentados durante o jejum e reduzidos com a realimentação. Desacetilação de PGC-1α induzida por SIRT1 [Citação68] e o aumento do fator de transcrição FOXO1 fornece um mecanismo pelo qual os genes de oxidação mitocondrial e lipídica podem ser controlados dinamicamente em resposta à demanda de energia [Citação69]. Um knockdown hepático específico de SIRT1 resulta em uma diminuição da regulação negativa dependente do jejum da expressão gênica lipogênica (SREBP-1c), sugerindo esse mecanismo para a regulação por SIRT1 de vários genes-alvo SREBP-1 [Citação70]. O SIRT1 suprime a produção de glicose inibindo a gliconeogênese mediada pelo coativador de transcrição regulado por CREB 2 (CRTC2), ativada durante a troca G-to-K [Citação71]. Semelhante ao SIRT1, a mitocondrial desacetilase SIRT3 regula a homeostase metabólica durante o jejum e RC [Citação72]. A SIRT3 é crítica para a oxidação de ácidos graxos e cetogênese durante o jejum, regulando o estado de desacetilação e a atividade das enzimas mitocondriais envolvidas na mudança metabólica. Tendo, portanto, um papel importante na cetogênese hepática, camundongos sem SIRT3 exibem níveis plasmáticos mais baixos de β-hidroxibutirato durante o jejum [Citação72].

4. Provas provenientes de animais experimentais

A extensão da vida e da saúde produzida pela RC tem sido uma área de interesse desde o final da década de 1970. Em comparação com camundongos designados para um regime ad libitum, 30% CR e TRF (alimentação de refeição única) aumentaram a longevidade, independentemente da composição da dieta e mostraram melhorias na morbidade e mortalidade [Citação74]. A prevenção de declínios relacionados à idade, avaliada por testes de coordenação motora (rotarod) e aprendizado (labirinto complexo), ocorreu em camundongos expostos a um regime de RC de 50%. Observou-se aumento da atividade locomotora em uma gaiola runwheel, independentemente da idade, sem efeitos sobre a atividade exploratória em uma nova arena [Citação75]. Esse tipo de melhora funcional tem sido relacionado a alterações anatômicas, como aumento do número de sinapses e estimulação da biogênese mitocondrial, correlacionadas com o aumento dos níveis de BDNF [Citação76]. O 3-hidroxibutirato também pode mediar as respostas adaptativas dos neurônios ao jejum, exercícios e dietas cetogênicas [Citação77]. Em camundongos, o aprendizado espacial dependente do hipocampo e o déficit de memória melhoram com um TRF diário com mudanças comportamentais melhoradas, em particular comportamentos semelhantes à ansiedade. Essas melhorias, encontradas em camundongos velhos, podem depender do aumento do fluxo sanguíneo cerebral e da função da barreira hematoencefálica, semelhante ao observado em camundongos jovens aos 5 a 6 meses de idade após RC [Citação78].

Em relação ao TRE, o estudo dos mecanismos que levam a mudanças nos genes moleculares do relógio circadiano, ativados ou desativados de acordo com a luz e a dieta, abriu novos horizontes [Citação65]. Esses ritmos circadianos, exibindo oscilações ao longo de um período de 24 horas, são evolutivamente conservados e impulsionados pela necessidade de sincronizar a atividade biológica com o ambiente em constante mudança, mas previsível, da Terra em rotação. Nos mamíferos, o comportamento alimentar é cíclico, com períodos de jejum separando as sessões de alimentação, levando o organismo a mudar do armazenamento de nutrientes durante os períodos de alimentação para o uso de nutrientes armazenados durante o jejum [Citação22]. Estudos sobre os efeitos de uma interrupção dos ciclos circadianos metabólicos mostraram que, sob TRF, em que os camundongos são alimentados com uma quantidade equivalente de alimento à coorte ad libitum, mas por um período definido de 8 h, os camundongos foram protegidos contra obesidade, hiperinsulinemia, esteatose hepática e inflamação [Citação60]. Em comparação com ratos alimentados ad libitum, aqueles expostos ao FDA apresentam menor frequência cardíaca e pressão arterial (PA) em repouso, permanecendo esta última mais baixa após a exposição a estressores de imobilização e natação [Citação79e igual ou superior ao obtido anteriormente com esquemas de treinamento físico em ratos [Citação80].

Outros autores confirmaram que os regimes de TRF, em comparação com a alimentação ad libitum prolongada, estão associados a um melhor perfil hemodinâmico, ou seja, redução da frequência cardíaca e da PA sistólica e diastólica. O TRF diminui a atividade do sistema nervoso autônomo simpático e aumenta o tônus parassimpático ou vagal [Citação81]. Outro regime TRF de 4 h de alimentação / dia em camundongos restaurou a expressão dos genes do relógio, levando à redução do peso corporal, colesterolemia, fator de necrose tumoral α e melhora da sensibilidade à insulina [Citação82]. Esses achados sugerem que o TRF pode normalizar a expressão de genes envolvidos no metabolismo de ácidos graxos, β-oxidação, PPARγ e defesas antioxidantes no fígado. A correlação entre os genes do relógio e o TRF foi recentemente documentada por um estudo em camundongos sem relógio circadiano. Quando estes têm acesso a alimentos de alta energia ad libitum, eles ganham peso rapidamente, mas quando submetidos a um regime TRF (10 h), eles são protegidos do ganho de peso e doenças metabólicas impulsionadas por uma dieta hiperenergética [Citação83].

A FDA prolongada pode regular positivamente a hemo-oxigenase1 e a proteína 7B regulada pela glicose, ambas reduzidas pelo envelhecimento, no córtex cerebral e no estriado. Essas proteínas citoprotetoras contra estresses metabólicos e oxidativos [Citação84] aumentam após o ADF e parecem sustentar a expressão / responsividade de genes envolvidos na neuroplasticidade adaptativa e cognição [Citação85]. Da mesma forma, no caso de modelos animais de distúrbios neurológicos, incluindo epilepsia, Alzheimer, doença de Parkinson e acidente vascular cerebral, a aplicação de um regime de jejum intermitente (alimentação por 8 h / dia) parece proteger contra o dano neurológico no acidente vascular cerebral isquêmico, com a leptina circulante como um possível mediador [Citação86]. Camundongos mantidos em jejum intermitente crônico por 11 meses exibiram uma capacidade cognitiva superior no teste do labirinto de Barnes de memória espacial [Citação53]. Esse tipo de resposta positiva também ocorreu após uma restrição alimentar de jejum intermitente de início tardio por três meses em ratos velhos (animais em jejum durante a noite) [Citação87].

Um melhor desempenho cognitivo também foi relatado quando os camundongos foram alimentados com ciclos de febre aftosa com duração de 4 dias, seguidos por uma dieta ad libitum padrão. Em comparação com os camundongos de controle, a febre aftosa resultou em um aumento na expectativa de vida, ou seja, até 28,3 vs 25,5 meses. A aplicação bimestral dessa abordagem dietética reduziu a gordura visceral, a incidência de câncer e lesões cutâneas, rejuvenesceu o sistema imunológico e retardou a perda de densidade mineral óssea; quando aplicado mais tarde na vida, houve melhora no desempenho cognitivo [Citação29].

5. Jejum terapêutico: impacto clínico na medicina contemporânea

A modulação da dieta e da frequência das refeições, bem como vários padrões de jejum, podem representar um novo paradigma nas abordagens médicas atuais. Conforme destacado recentemente por de Cabo e Mattson, o Homo sapiens se adaptou ao jejum de maneiras que permitem ao organismo tolerar ou superar desafios e, em seguida, restaurar a homeostase [Citação25]. Um número crescente de efeitos fisiológicos ligados ao IF pode ser aplicado também ao LF, pelo menos na fase inicial, levando a (i) perda de peso e reinicialização metabólica, (ii) aumento da sensibilidade à insulina, (iii) redução da inflamação e dano oxidativo a proteínas, lipídios e DNA, bem como (iv) melhora da função do sistema imunológico [Citação88]. Todos esses mecanismos são definitivamente valiosos no manejo de indivíduos obesos e não obesos.

5.1. LF – uma panorâmica geral

Considerando que a mudança metabólica e as mudanças nas vias de sinalização acima descritas também se aplicam no início da LF, a questão é se esses efeitos persistem, diminuem ou aumentam no curso da LF. Evidentemente, dependerá da duração do jejum, do perfil individual incluindo idade, estado nutricional e de saúde, bem como da inclinação pessoal para o procedimento [Citação89]. Uma das primeiras observações científicas detalhadas de um sujeito voluntário não obeso em jejum total terminou com segurança após 31 dias [Citação16]. Outros relatos de casos de pessoas em jejum durante várias semanas foram publicados e trouxeram estupefação na comunidade médica e no público. Muitos autores enfatizaram o bem-estar, a ausência de fome e o humor elevado relatados por indivíduos obesos e não obesos em jejum [Citação90]. A capacidade humana de viver sem ingestão de energia por períodos de quase 40 dias tem sido frequentemente relatada em indivíduos não obesos durante greves de fome [Citação91].

A prática de LF supervisionada por médicos tem uma longa tradição na Europa e, em particular, na Alemanha. A segurança deste programa foi recentemente documentada em grandes estudos de coorte [Citação15,Citação24]. Esse tipo de LF, geralmente com duração de 4 a 21 dias, tem sido estudado em várias condições clínicas: distúrbios inflamatórios crônicos [Citação92,Citação93] e artrite reumatoide [Citação59,Citação94], hipertensão [Citação95], síndrome do intestino irritável [Citação96], resistência à insulina, diabetes tipo 2 e síndrome metabólica [Citação97,Citação98], fibromialgia [Citação99], câncer de mama e ovário [Citação100], osteoartrite [Citação101], obesidade [Citação102] e fígado gorduroso [Citação103]. Além disso, a avaliação por ressonância magnética documentou mudanças significativas na composição corporal após 14 dias de jejum [Citação104].

A LF foi documentada pela primeira vez em indivíduos com obesidade mórbida em várias publicações de 1959 [Citação90] a 1975 [Citação41], relatando períodos de jejum de vários dias até 249 ou, em um relato de caso extremo, até 382 dias [Citação105,Citação106], chamadas de “dietas de zero calorias” ou “jejum total”, às vezes com administração de multivitamínicos e suplementos de potássio. A principal preocupação na época era elucidar como os humanos podiam jejuar por tanto tempo, tendo uma possibilidade limitada de quebrar seu pool de proteínas e, ao mesmo tempo, a necessidade de fornecer energia ao SNC: as necessidades calóricas diárias do cérebro nas fases de alimentação são de 400 a 570 kcal fornecidas por 100 a 145 g de glicose [Citação46]. Se essas necessidades tiverem que ser atendidas pela gliconeogênese, uma vez que os ácidos graxos não podem ser transformados em glicose, isso significaria catabolizar 200 g de proteínas diariamente. Como o pool de proteínas do corpo humano é de aproximadamente 6000–8000 g [Citação107] e não pode cair mais de 1/3 [Citação108], isso reduziria a capacidade de jejuar por longos períodos. Em indivíduos em jejum, após a depleção dos estoques de glicogênio, ocorre uma rápida diminuição na oxidação de carboidratos e no catabolismo de proteínas. A medição da excreção urinária de nitrogênio permitiu determinar a utilização de proteínas. Enquanto no início do jejum 35 g de nitrogênio foram excretados por dia, esses valores tenderam a cair para 2–4 g/dia (12–25 g de proteína/d) após 4 semanas [Citação109]. O cérebro foi cada vez mais alimentado com corpos cetônicos, especialmente β-hidroxibutirato, mantendo-o alerta para se manter capaz de enfrentar desafios [Citação46,Citação110].

O mecanismo de preservação de proteínas é induzido pela mudança metabólica de G-para-K, conforme descrito por Longo & Mattson décadas depois.Citação111]. Cahill demonstrou a mudança de combustível que ocorre no cérebro após 38 a 41 dias de jejum [Citação46]. O sistema cerebral metaboliza apenas 30% da glicose fornecida pela molécula de glicerol, liberada após a clivagem de três ácidos graxos dos triglicerídeos pela lipoproteína lipase. Ao todo, durante o jejum total, até 41 dias, 86 g/24h de glicose são produzidos: metade disso vem das células sanguíneas, produzindo lactato e piruvato através da glicólise, depois ressintetizado em glicose no fígado. A outra metade vem do glicerol e da gliconeogênese, ocorrendo primeiro no fígado e depois nos rins a partir de aminoácidos, respectivamente alanina e glutamina [Citação112]. Essa mudança produz amônio para titular corpos cetônicos [Citação113].

Três fases foram descritas no curso da LF em animais, como o pinguim-imperador, que passam anualmente, durante 35 anos (expectativa média de vida), períodos de jejum com duração de várias semanas até o esgotamento das reservas de energia [Citação114]. Uma fase inicial 1, quando ocorre a mudança metabólica, é seguida por uma fase de preservação de proteínas chamada fase 2, com duração de vários dias a semanas. A fase 3 finalmente começa quando as reservas de gordura e proteína atingem um limite, forçando os animais a se alimentarem novamente [Citação115]. A fase 3 é caracterizada por uma alta atividade catabólica, bem como estimulação adrenérgica e destaca a necessidade urgente de reabastecer os estoques de energia. No entanto, o processo é totalmente reversível. Nos humanos, essas três fases parecem existir de maneira semelhante. Na condição fisiológica de jejum terapêutico, a fase 3 não é alcançada. A fase 3 foi descrita na anorexia [Citação11].

A dieta de zero calorias, onde apenas bebidas não calóricas são permitidas, foi relativamente bem tolerada por várias semanas ou até meses, embora as pessoas obesas muitas vezes ficassem sem exercícios, apoio psicológico ou educação nutricional para prevenir recaídas. Os pioneiros desse tipo de jejum para tratar a obesidade fizeram até a recomendação – surpreendente para nossos contemporâneos – de que indivíduos obesos não deveriam jejuar por mais de 100 dias sem monitoramento do balanço de nitrogênio [Citação116]. A publicação de um único caso de morte por parada cardíaca aguda intratável ocorreu no sétimo dia de realimentação em uma mulher de 20 anos [Citação117]. Ela estava em uma dieta de 30 semanas com zero calorias, reduzindo seu peso de 118 para 60 kg. Por um cálculo simples, isso significaria uma utilização de proteína de 4000 g, ou seja, mais de 50% de seu pool de proteínas, sendo esta a etiologia de morte mais plausível. Na autópsia, foi diagnosticada uma diminuição do diâmetro das miofibrilas no coração com fragmentação macroscópica. Casos isolados de morte por períodos muito prolongados de dieta zero caloria de várias semanas ou meses em obesos mórbidos nem sempre tinham uma etiologia tão clara; Outras possíveis causas de morte incluem fatores como deficiências de potássio ou vitaminas, seleção ou adesão imperfeita de pacientes, medicamentos associados ou doença pré-existente [Citação118–120].

Por vários anos, dietas de zero calorias foram seguidas por uma equipe médica nas enfermarias do hospital. Apesar da polimorbidade dos pacientes, o procedimento parecia ser seguro por períodos de 60 a 100 dias. Devido à longa duração, os custos de hospitalização foram considerados muito elevados e, como consequência, as pessoas começaram a jejuar totalmente por conta própria. Além disso, indivíduos obesos também podiam comprar fórmulas dietéticas suplementadas com proteínas em supermercados, sem qualquer supervisão. Um desses produtos que consiste em um hidrolisado de proteínas de colágeno à base de líquido, a chamada “dieta de proteína líquida” (LPD) foi associada a mortes por parada cardíaca em 32 de 44 vítimas [Citação118]. Novamente, o diagnóstico histológico foi de fragmentação miofibrilar grosseira, mas, ao contrário do primeiro caso documentado, os indivíduos ainda eram obesos. A baixa qualidade proteica do LPD pode ter desempenhado um papel acelerador na depleção do pool de proteínas ou então na depleção de aminoácidos específicos.

Após esses eventos, o esgotamento do pool de proteínas foi incriminado e isso levou a uma regulamentação estrita do que foi chamado de VLCD (dieta de muito baixa caloria), uma fórmula hipocalórica que fornece 80-100 g de proteína de boa qualidade / dia. O objetivo principal foi evitar um balanço negativo de nitrogênio medido pela excreção urinária de 24 h [Citação109]. Os VLCD foram prescritos para durar não mais de 6 semanas. Por reflexão, essa redução do período de jejum por si só poderia ter sido suficiente para reduzir drasticamente o risco. As fórmulas proteicas proporcionaram um mercado que permitiu projetar programas multidisciplinares ambulatoriais. A necessidade de fornecer proteínas não foi mais questionada até hoje.

5.1.1. Impacto da LF na saúde e no bem-estar

A prática da LF atingiu uma vasta rede de utilização na Europa. Entre 1422 indivíduos que seguiram períodos de jejum (ingestão calórica diária de 200–250 kcal acompanhada de um programa multidisciplinar de estilo de vida) com duração entre 4 e 21 dias, houve reduções significativas no peso corporal, entre 3,2 ± 0,0 kg após 5 e 8,6 ± 0,3 kg após 20 dias de jejum, bem como na circunferência abdominal, ou seja, entre 4,6 ± 0,1 cm e 8,8 ± 0,8 cm, respectivamente. A PA diminuiu para todo o grupo de 131,6 ± 0,7 para 120,7 ± 0,4 para PA sistólica e de 83,7 ± 0,4 para 77,9 ± 0,3 para PA diastólica [Citação24]. Foi relatada uma redução do colesterol total (-0,4 ± 0,0 mmol / L), triglicerídeos (-0,4 ± 0,0 mmol / L), glicose (-0,7 ± 0,1 mmol / L) e HbA1c (-1,2 ± 0,1 mmol / mol). A ausência de sensação de fome, documentada em 93,2% dos sujeitos, e um aumento do bem-estar emocional e físico foi documentado. Nenhum dos indivíduos desistiu do procedimento de jejum. Efeitos adversos, por exemplo, arritmia cardíaca, foram relatados em menos de 1% e sintomas leves como dor de cabeça e fadiga ocorreram raramente e principalmente nos primeiros dias. Em outro estudo com 174 pacientes hipertensos, submetidos a um programa de jejum somente com água (aproximadamente 10 dias), 90% dos indivíduos alcançaram uma redução da PA abaixo de 140/90 mm Hg [Citação121].

Um índice de fígado gorduroso (FLI) melhorado, um marcador substituto de doença hepática gordurosa não alcoólica (DHGNA), foi recentemente descrito após LF em indivíduos com e sem diabetes tipo 2 [Citação103]. Em uma série de 697 indivíduos, dos quais 264 tinham um FLI basal > 60 (limiar para fígado gorduroso), foi realizada uma LF de 8,5 ± 4,0 dias, fornecendo 250 kcal/dia e grandes quantidades de água. O FLI diminuiu significativamente em toda a coorte (-14,02 ± 11,67), sendo o maior benefício observado em diabéticos (-19,15 ± 11,0). IMC reduzido em 1,51 ± 0,82 kg/m2, 50% dos indivíduos perderam mais de 5% do peso corporal. A melhora do FLI foi significativamente correlacionada com o número de dias de jejum e com a magnitude da redução do IMC [Citação103].

5.1.2. LF e microbiota

A contribuição da microbiota intestinal para as doenças humanas está sendo intensamente estudada, como no caso de doença inflamatória intestinal, úlceras gástricas, DHGNA, obesidade, síndrome metabólica, bem como distúrbios neurológicos associados [Citação122]. Isso levou a uma avaliação detalhada das mudanças na dieta, uma vez que a microbiota intestinal depende, quase inteiramente, da composição da dieta do hospedeiro e da capacidade de processamento de alimentos, para obter os substratos metabólicos necessários para cobrir suas necessidades energéticas (150–450 kcal/d, 628–1883 kJ/d). Assim, parece inevitável que os períodos de jejum possam ter um impacto na microbiota intestinal [Citação123]. Dez dias de jejum em 15 homens saudáveis levaram a uma diminuição na abundância de Lachnospiraceae e Ruminococcaceae, conforme mostrado pelo sequenciamento do amplicon do gene rRNA 16S fecal, com um aumento concomitante de Bacteroidetes e Proteobacteria (Escherichia coli e Bilophila wadsworthia). Essas alterações foram associadas a um aumento de 18% nos aminoácidos de cadeia ramificada fecal (BCAA), possivelmente provenientes de compostos derivados do hospedeiro, como células descamadas atacadas pela microbiota. Os efeitos foram revertidos três meses após o jejum [Citação40]. Em mulheres obesas em um VLCD (800 kcal / dia) por 4 semanas, foram relatadas alterações consistentes importantes nas comunidades bacterianas fecais dominantes [Citação124].

Um benefício potencial das alterações do microbioma após o jejum é a melhora do microbioma intestinal alterado na esclerose múltipla recorrente-remitente [Citação125]. Como a RC tem um claro potencial anti-inflamatório e a RC crônica demonstrou atenuar a encefalomielite autoimune [Citação126], o jejum terapêutico pode ser valioso no manejo da autoimunidade do SNC. Atualmente, dados experimentais mostraram aumento da riqueza bacteriana intestinal após o IF, com vias metabólicas microbianas antioxidantes aprimoradas [Citação127]. No mesmo relatório, os autores descrevem alterações microbiomais semelhantes após o jejum intermitente em uma série de pacientes com esclerose múltipla. No momento, existem apenas planos para testar o PF. Um ensaio clínico controlado sobre LF está em andamento na síndrome metabólica (NCT02099968), bem como sobre IF na esclerose múltipla remitente-recorrente (NTC03539094).

5.2. Impacto da RC e do FI nos fatores de risco cardiometabólicos em indivíduos não obesos e obesos

O estudo CALERIE (Avaliação Abrangente dos Efeitos a Longo Prazo da Redução da Ingestão de Energia) [Citação128,Citação129], participantes inscritos com IMC entre 22 e 28 kg/m2, propondo uma RC de 25% ao longo de um período de 2 anos com um grupo controle mantendo sua dieta atual. A RC melhorou significativamente a saúde geral e o humor [Citação130]. Peso, gordura corporal, massa gorda e massa livre de gordura, bem como fatores de risco cardiometabólicos, ou seja, lipídios, PA, proteína C reativa e índice de sensibilidade à insulina foram significativamente reduzidos em comparação com os controles [Citação131–133]. Em relação aos indivíduos obesos, o estudo TEMPO (Tipo de Manipulação de Energia para Promover a Saúde Metabólica Ótima e a Composição Corporal na Obesidade) comparou o impacto a longo prazo de uma RC de 25 a 35% durante 12 meses versus uma RC de 65 a 75% durante 4 meses, seguida por 8 meses de restrição energética mais moderada. Ambas as intervenções tiveram uma ingestão proteica prescrita de 1,0 g/kg de peso corporal basal por dia. Entre as 101 mulheres na pós-menopausa recrutadas, aquelas com RC de 65 a 75% perderam mais tecido adiposo subcutâneo e visceral abdominal, mas também perderam mais massa magra muscular do corpo inteiro e da coxa, proporcional à perda de peso total. Além disso, os participantes alocados no grupo grave perderam mais densidade mineral total do quadril. De modo geral, embora essas alterações não tenham sido relacionadas a diferenças na força muscular [Citação134], a prudência deve ser exercida como em qualquer manipulação da ingestão de alimentos em homens ou mulheres na pós-menopausa com sarcopenia ou osteoporose.

Em relação à abordagem do ADF, isso provou ser aceitável e eficaz (perda de peso sendo 2,5% e massa gorda 4%) em indivíduos não obesos que foram submetidos a jejum em dias alternados por 22 dias [Citação135]. Mais recentemente, seguindo uma abordagem semelhante, Stekovic et al. [Citação136] investigaram os efeitos diretos da FDA durante 4 semanas em uma série de indivíduos com peso normal, levando a uma redução média de 37% da ingestão calórica diária. Foi detectada melhora da sensação de bem-estar e melhora dos marcadores de risco cardiovascular, em particular triglicerídeos e LDL-colesterol, com redução da gordura do tronco, da relação gordura/magra e do marcador inflamatório molécula de adesão intercelular solúvel-1 (sICAM). Um aumento de β-hidroxibutirato ocorreu mesmo em dias sem jejum. Curiosamente, o aminoácido metionina pró-envelhecimento foi periodicamente esgotado.

Outro estudo comparou os efeitos da RC vs ADF envolvendo 100 participantes. Estes foram randomizados para aderir por 1 ano (intervenção de 6 meses seguida de manutenção de peso de 6 meses) a um dos seguintes regimes: (i) FDA (25% das necessidades energéticas em dias de jejum e 125% em dias de festa alternados) e (ii) 75% CR. Em comparação com o grupo controle, não foram encontradas diferenças entre as intervenções na perda de peso, −6,0% vs − 5,3%, respectivamente ou na PA sistólica e diastólica, frequência cardíaca, triglicerídeos, glicemia de jejum, proteína C reativa. No geral, os autores concluíram que o ADF não é superior a uma abordagem RC e leva a uma taxa mais alta de abandono, ou seja, 38% (13/34) vs 29% (10/35), respectivamente [Citação21]. Recorde-se que, tal como noutras publicações analisadas [Citação19], o jejum intermitente geralmente resulta em reduções significativas no peso corporal e na massa gorda, sendo a magnitude das perdas de peso bastante grande (≥ 5,0 kg), exceto em ensaios com menos de 8 semanas de duração.

Em indivíduos obesos (IMC ≥ 30 kg/m2), Catenacci e colegas compararam a FDA com a RC durante uma intervenção de 8 semanas [Citação137]. Nem a perda de peso nem a composição corporal, lipídios e sensibilidade à insulina diferiram entre os grupos. Após 24 semanas de acompanhamento não supervisionado com o objetivo de avaliar a recuperação do peso, não houve diferenças significativas, mas as alterações na porcentagem de massa gorda e massa magra foram mais favoráveis no grupo ADF. Os pacientes que se exercitaram mais durante o acompanhamento tiveram uma melhor manutenção do peso [Citação137], uma observação frequentemente documentada [Citação138].

Como descrito acima, os regimes de jejum intermitente demonstraram reduzir a massa gorda global e a gordura visceral, ambas ligadas a um risco reduzido de desenvolvimento de diabetes [Citação139] e, portanto, de desfechos cardiovasculares [Citação140]. Em pacientes com sobrepeso ou obesos com diabetes tipo 2, 12 semanas da dieta 5:2 (400–600 Kcal/dois dias/semana) não diferiram da restrição energética contínua (1200–1400 kcal/dia) na redução da hemoglobina glicada (-0,7%). O grupo 5:2 mostrou uma tendência aumentada à hipoglicemia, apesar da redução da medicação [Citação141].

A aplicação de ADF em indivíduos obesos por 10 semanas reduziu o colesterol total, o colesterol LDL e os triglicerídeos com uma mudança para um aumento do tamanho do LDL em 5% e uma redução do LDL pequeno em 9% [Citação142]. Uma melhora lipídica semelhante foi encontrada em pacientes obesos após um protocolo modificado de ADF com uma redução geral de 25% das necessidades energéticas. Além disso, também foi encontrado um decréscimo na PA sistólica e na proteína C-reativa [Citação58,Citação143]. Em mulheres com sobrepeso, a restrição energética diária (600-650 kcal / dias por 2 dias / semana) versus restrição intermitente de energia e carboidratos foi superior na melhoria da redução da gordura corporal e da sensibilidade à insulina [Citação144].

Finalmente, em um estudo muito recente, envolvendo 19 pacientes com síndrome metabólica, a aplicação de TRE, ou seja, uma redução da janela de alimentação diária de ≥ 14 h para uma janela de 10 h auto-selecionada ao longo de 12 semanas, levou a uma composição corporal mais saudável, redução da PA e diminuição dos níveis de lipídios associados ao risco cardiovascular [Citação145]. Além disso, o TRE levou a um aumento modesto, mas não significativo, na duração do sono, sem impacto na eficiência do sono e uma tendência à redução da atividade física.

Embora os estudos clínicos sobre o jejum tenham geralmente mostrado efeitos positivos na saúde e possivelmente na expectativa de vida, documentar os benefícios e desafios do jejum de longo prazo ainda precisa de mais estudos. A questão de saber se ciclos repetidos de jejum, como acontece espontaneamente em animais, podem aumentar os benefícios, ainda aguarda uma resposta definitiva. Depois de ter sido classificado, na década de 1960, como uma estratégia bem-sucedida para tratar a obesidade e comorbidades, benefícios adicionais do jejum além da perda de peso foram descobertos. Entre outras estão melhorias na regulação da glicose, PA e frequência cardíaca, bem como perda de gordura abdominal. O ponto-chave na abordagem clínica do jejum dependerá da aceitação e adesão, bem como da segurança. Essas questões estão ligadas ao bem-estar emocional e físico, à ausência de fome e à presença de orientação profissional. TRE e IF podem se encaixar bem na vida cotidiana e podem ser adotados como um comportamento alimentar ao longo da vida. O jejum de longo prazo, na verdade, requer ambientes especializados, possivelmente longe do ambiente habitual.

Um aspecto emergente, no planejamento da estratégia de jejum, é o período pós-jejum, quando os alimentos são reintroduzidos. Quando o processo de jejum é revertido, podem ocorrer recaídas dos sintomas na ausência de orientações nutricionais específicas. Isso pode reduzir parcialmente os inúmeros benefícios do jejum para a saúde. Os limites individuais desse procedimento precisam ser cuidadosamente analisados e, semelhante a qualquer manipulação da ingestão de alimentos, a prudência é necessária, principalmente em indivíduos mais velhos e no caso de baixo IMC, sarcopenia ou transtornos alimentares.

Jejum é uma prática espiritual

O jejum é uma prática espiritual profundamente enraizada encontrada em toda a Bíblia, ressaltando sua importância como meio de buscar orientação divina, arrependimento e promover um relacionamento mais próximo com Deus. O Antigo e o Novo Testamento apresentam vários exemplos de jejum, destacando sua natureza transformadora e seus efeitos na jornada espiritual do crente.

Uma das figuras mais notáveis associadas ao jejum no Antigo Testamento é Moisés. De acordo com Êxodo 34:28, Moisés jejuou por quarenta dias e quarenta noites no Monte Sinai enquanto recebia os Dez Mandamentos. Esse ato de jejum não apenas demonstrou seu profundo compromisso com Deus, mas também enfatizou a importância de buscar a sabedoria divina durante momentos cruciais. Da mesma forma, o profeta Daniel jejuou para buscar entendimento sobre o futuro, conforme registrado em Daniel 9:3. Seu jejum envolvia abster-se de comida e orar, mostrando como o jejum pode servir como uma ferramenta poderosa para devoção e súplica focadas.

No Novo Testamento, Jesus é talvez o exemplo mais proeminente de jejum. Antes de iniciar Seu ministério terreno, Ele jejuou por quarenta dias no deserto (Mateus 4:1-2), refletindo sobre Sua missão e preparando-se espiritualmente para os desafios futuros. Este momento ilustra que o jejum pode servir tanto como preparação quanto como um meio de permanecer firme na determinação espiritual. A igreja primitiva também praticava o jejum, como visto em Atos 13:2-3, onde os líderes buscavam orientação por meio da oração e do jejum antes de comissionar os missionários, demonstrando uma abordagem comunitária para discernir a vontade de Deus.

O jejum no contexto bíblico é consistentemente retratado como uma resposta sincera a Deus, seja para orientação, arrependimento ou comunhão mais profunda. À medida que se explora esses exemplos e o papel que o jejum desempenha nas escrituras, torna-se evidente que essa prática é um aspecto essencial do crescimento espiritual, permitindo que os crentes alinhem seus corações com o propósito de Deus.

Benefícios espirituais do jejum

O jejum, conforme retratado em todo o texto bíblico, tem um profundo significado espiritual que se estende além da mera abstenção de alimentos. Um dos principais benefícios espirituais do jejum é a oportunidade que ele oferece para as pessoas se aproximarem de Deus. Em momentos de jejum, as pessoas muitas vezes se veem priorizando sua conexão espiritual, participando de oração e meditação e refletindo sobre seu relacionamento com o Criador. Esse foco intencional pode levar a uma transformação do coração, permitindo uma experiência mais rica da presença de Deus na vida diária.

Além disso, o jejum serve como uma ferramenta poderosa para melhorar a disciplina espiritual. Por desistir voluntariamente de algo que muitas vezes é dado como certo, como comida, as pessoas cultivam um senso elevado de autocontrole e disciplina. Essa prática incentiva os crentes a redirecionar seu foco das necessidades físicas para a nutrição espiritual, promovendo uma confiança mais profunda em Deus. O ato de jejuar pode iluminar distrações na vida de alguém, levando os indivíduos a buscar e priorizar seu crescimento espiritual em meio ao caos das demandas cotidianas.

Além disso, o jejum pode levar a avanços significativos na oração. Os exemplos bíblicos de jejum enfatizam seu papel na busca de intervenção divina e clareza em tempos de angústia ou incerteza. Os indivíduos geralmente relatam um aumento na percepção e compreensão espiritual durante ou após os períodos de jejum, posicionando-os para receber orientação em suas vidas pessoais. O jejum pode criar um ambiente propício para ouvir a voz de Deus, melhorando a experiência geral de oração.

Finalmente, o jejum é um aspecto significativo do luto e do arrependimento, conforme demonstrado em vários relatos das escrituras. Serve como uma manifestação física da dor ou contrição de alguém, significando um profundo desejo de restauração e cura. Essa prática reflexiva não apenas permite que os indivíduos reconheçam suas deficiências, mas também convida a misericórdia e a graça de Deus para suas vidas. Assim, por meio dessa disciplina espiritual, os crentes podem experimentar um relacionamento mais profundo e íntimo com Deus, transformando sua jornada espiritual.

Dicas práticas para jejuar

O jejum pode ser uma experiência espiritual profunda, e preparar-se adequadamente é essencial para uma jornada de jejum bem-sucedida. O primeiro passo na preparação é refletir sobre o propósito do seu jejum. Seja para crescimento espiritual, cura ou orientação, ter uma intenção clara pode ajudar a sustentar seu compromisso. Além disso, consulte um profissional de saúde se tiver algum problema de saúde que possa afetar sua capacidade de jejuar com segurança.

Existem vários tipos de jejum que se pode considerar. Um jejum parcial, por exemplo, envolve a omissão de certos alimentos ou refeições, enquanto ainda permite outros. Essa abordagem é benéfica para iniciantes que podem achar difícil se comprometer com uma abstenção total de todos os alimentos. Um jejum absoluto, por outro lado, implica abster-se de todos os alimentos e bebidas por um período especificado. Embora mais intenso, pode levar a avanços espirituais significativos quando abordado com atenção e oração. O jejum corporativo, em que um grupo jejua junto, também pode ampliar a experiência espiritual, promovendo um senso de comunidade e propósito coletivo.

Definir expectativas realistas é crucial durante o processo de jejum. É essencial lembrar que o jejum não é apenas abster-se de comida; trata-se também de se aproximar de Deus. Antecipe os desafios e seja gentil consigo mesmo. Você pode integrar momentos de oração e leitura das escrituras em sua rotina de jejum, permitindo que essas práticas sirvam como pontos focais que enriquecem sua experiência. Abrace o tempo gasto em oração para buscar orientação, força e clareza enquanto navega em seu jejum. Em última análise, a combinação de intenção, apoio da comunidade e devoção espiritual pode tornar sua experiência de jejum profundamente gratificante.

Desafios comuns durante o jejum

O jejum, embora benéfico do ponto de vista espiritual e de saúde, muitas vezes apresenta vários desafios que podem impedir os indivíduos de maximizar sua experiência. Um dos obstáculos mais proeminentes enfrentados durante o jejum é a fome física. O corpo, acostumado a refeições regulares, pode sinalizar seu desconforto de várias maneiras, levando a desejos que podem ser difíceis de ignorar. Essa resposta fisiológica pode resultar em um foco nos desejos, em vez das intenções espirituais do jejum. Para combater esse desafio, é essencial se preparar mentalmente, estabelecendo um propósito claro para o jejum. Envolver-se em oração e meditação pode servir como âncoras durante momentos de tentação, ajudando a redirecionar a atenção para objetivos espirituais.

Um desafio adicional vem na forma de resistência mental. Os indivíduos podem sentir dúvidas e frustrações quando confrontados com os rigores da abstenção de alimentos ou certas atividades. Essa resistência mental pode levar a sentimentos de inadequação ou a um equívoco de que não se é capaz de completar com sucesso o jejum. Para mitigar esses sentimentos, definir metas realistas e manter uma mentalidade positiva pode ser benéfico. Registrar pensamentos e reflexões durante o período de jejum também pode ajudar a reconhecer o progresso e as mudanças na perspectiva pessoal, reforçando assim o compromisso.

As distrações espirituais apresentam ainda outro obstáculo, pois o caos da vida diária pode afetar o tempo de silêncio destinado à reflexão e crescimento espiritual. As distrações podem surgir de fontes externas, como responsabilidades no trabalho ou obrigações sociais, ou de conflitos internos, como ansiedade e inquietação. Cultivar um ambiente propício ao jejum, como estabelecer um tempo e espaço designados para reflexão, pode minimizar essas distrações. Além disso, buscar parceiros de responsabilidade pode ajudar a manter a motivação, fornecendo incentivo e apoio. Juntos, reconhecer e enfrentar esses desafios comuns pode melhorar muito a experiência do jejum, permitindo que as pessoas abracem totalmente seus potenciais benefícios espirituais.

Jejum no mundo moderno

Nos últimos anos, o jejum experimentou um ressurgimento em popularidade, principalmente nos círculos de bem-estar e saúde. Originalmente enraizado em várias tradições religiosas, o jejum evoluiu para uma prática multifacetada que agora abrange saúde física, clareza mental e enriquecimento espiritual. A integração do jejum nos estilos de vida modernos geralmente se alinha com tendências como jejum intermitente e dietas de desintoxicação, cada uma servindo a diferentes propósitos e públicos.

O jejum intermitente, por exemplo, ganhou destaque como uma abordagem dietética voltada para o controle de peso, melhora metabólica e aumento da longevidade. Envolve alternar entre períodos de alimentação e jejum, com foco principalmente nos resultados físicos. Essa interpretação moderna do jejum contrasta com o jejum espiritual tradicional, que está imbuído de um meio para aprofundar a fé e a conexão com o divino. Em contextos espirituais, o jejum é frequentemente visto como um meio de alcançar maior autodisciplina e clareza, incentivando os indivíduos a desviar seu foco das distrações mundanas para o crescimento espiritual.

Por outro lado, as dietas de desintoxicação surgiram como outra tendência popular de jejum. Esses programas geralmente envolvem a abstenção de certos alimentos ou substâncias, promovendo uma “limpeza” do corpo. Embora as dietas de desintoxicação possam oferecer benefícios de curto prazo, como melhores níveis de energia ou perda de peso, elas podem não possuir as mesmas dimensões espirituais que o jejum tradicional abrange. Além disso, a adoção generalizada de tais dietas levou a uma conversa crescente sobre a distinção entre jejum para saúde e jejum para rejuvenescimento espiritual.

Embora as adaptações modernas do jejum tenham méritos instrumentais, incluindo benefícios físicos e psicológicos, é crucial que os praticantes reconheçam e respeitem o significado histórico e espiritual do jejum. Compreender essas nuances ajuda a apreciar as práticas predominantes e suas implicações, promovendo uma abordagem holística do jejum que incorpora bem-estar e espiritualidade.

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Referências:

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Quais são os sinais de que meu filho pode ser sensível ao glúten ou à caseína?

Os sinais de que meu filho pode ser sensível ao glúten ou à caseína incluir:

  • Alterações no comportamento;
  • Irritabilidade;
  • Dificuldades de concentração;
  • Problemas de sono;
  • Problemas gastrointestinais, como diarreia ou constipação.
Quais alimentos devo evitar em uma dieta sem glúten e sem caseína?
  • Alimentos com glúten: Pães, massas, bolos, biscoitos e outros produtos feitos com trigo, centeio, cevada ou aveia (caso contaminada).
  • Alimentos com caseína: Leite de vaca, queijos, iogurtes, manteiga, creme de leite e outros derivados do leite.
O que é a dieta sem glúten e sem caseína (GFCF)?

A dieta GFCF (Gluten-Free, Casein-Free) elimina alimentos que contêm glúten (como pães, massas e bolos) e caseína (como leite, queijos e iogurtes). Essa abordagem é usada para minimizar os efeitos negativos de gliadorfinas e casomorfinas, que podem interferir no comportamento e no bem-estar de crianças com TEA/TDAH.

O que é o eixo intestino-cérebro e por que ele é importante?

O eixo intestino-cérebro é a conexão entre o sistema digestivo e o sistema nervoso central. A saúde intestinal pode impactar diretamente o comportamento, o humor e as funções cognitivas. Em crianças com TEA/TDAH, desequilíbrios nesse eixo podem agravar sintomas como irritabilidade, dificuldade de concentração e alterações no sono. Melhorar a saúde intestinal, por meio de dietas específicas, pode ajudar a equilibrar essa relação.

O que são gliadorfinas?

As gliadorfinas, também chamadas de gluteomorfinas, são peptídeos liberados durante a digestão incompleta do glúten. Assim como as casomorfinas, elas podem agir no sistema nervoso central, causando alterações comportamentais e cognitivas. Dietas sem glúten ajudam a reduzir os efeitos das gliadorfinas.

O que é glúten e como ele pode afetar crianças com TEA/TDAH?

O glúten é uma proteína encontrada em cereais como trigo, centeio e cevada. Em algumas crianças com TEA ou TDAH, o glúten pode desencadear reações inflamatórias no organismo e liberar substâncias chamadas gliadorfinas, que podem afetar o sistema nervoso central. Isso pode levar a alterações no comportamento, dificuldades de atenção e problemas de sono.

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